ype="applica Quem Tem Medo do Lobo Mau?: December 2004

Wednesday, December 29, 2004

Parece-me

Às vezes parece-me que as pessoas se chocam mais com as catástrofes naturais (embora os estragos desta pudessem ter sido minimizados se houvesse sistemas de alerta) do que com o mal feito pela mão do homem.

Tsunami

O maior dos horrores para quem perdeu amigos e família no maremoto não é saber que eles estão mortos. É não saber onde estão. É nunca mais saber o que lhes aconteceu.

Há pessoas a ser enterradas em valas comuns, para evitar epidemias. Turistas com habitantes locais. As suas famílias nunca poderão chorar no seu enterro.

http://www.fundacao-ami.org/ami/artigo.asp?cod_artigo=119700

Monday, December 27, 2004

Não tenho filme da Disney mas apareço no DVD do ano

Diz o Abominável Homem das Neves no DVD dos Gatos Malcheirosos:

«Os meus pais queriam era que eu fosse para Capuchinho Vermelho. É sempre Capuchinho Vermelho, Cinderela, Capuchinho Vermelho, Cinderela».
Posted by Hello


Estão a ver? Capuchinho Vermelho sempre foi uma profissão respeitável.

Saturday, December 25, 2004

Mensagem de Natal

Eu cá ainda envio postais de Natal. Escritos à mão, com direito a envelope e selo. Serei normal?

Costumo comprar cartões da UNICEF, embora este ano também tenha enviado alguns da Cruz Vermelha (para condizer com a minha vestimenta favorita). É a minha boa acção do ano. Depois, claro, com a internet e os sms os desejos de boas festas passaram a ter prioridades. A saber:

- Prioridade Alta: Cartões de Natal
Para os melhores amigos ou para amizades antigas. Ainda levam com o tradicional cartão de papel, o que, pensando bem, lhes causa alguns incovenientes. Como a maçada de ir abrir a caixa do correio. A chatice que é abrir um envelope colado com cuspo, que pode levar a consequências tão diversas como dedos cortados (se usarem facas ou tesouras) e envelopes desfeitos num oito que deixam papelinhos espalhados no chão. Ou o sentimento de culpa por não terem retribuído da mesma forma e de já não haver tempo nem paciência para o fazer.

- Prioridade Média: E-cards
Confesso que não enviei nenhum e-card este ano. Mas são óptimos para amigos electrónicos (mail, irc, messenger e blog pals), colegas de trabalho, ex-colegas de escola ou outros amigos e familiares para os quais os cartões de Natal já não chegaram. Convém que o destinatário tenha e-mail.

- Prioridade Baixa: SMS
É para todos, pró menino e prá menina. Amigos, familiares, colegas, pessoas que não são bem amigos mas também não cabem na categoria "conhecidos", conhecidos, conhecidos que são mais ou menos amigos, colegas que são mais ou menos conhecidos. Esta é a solução mais fácil e usada. O habitual é escrever uma frase tipo, mais ou menos cómica, consoante o gosto - do género "o Pai Natal já não vem porque lhe disseram que te portaste bem e ele morreu a rir" -, personalizando a coisa quando for caso disso e acrescentando as incontornáveis expressões "Feliz Natal" e "Tudo de bom em 2005". Ora depois de enviar o mesmo sms aos contactos que se quiser, é só esperar que as respostas começam a chover. É por isso que o Natal agora é tão diferente de quando era pequena. Além de já não haver saltos de alegria por causa dos brinquedos, agora passo o Natal a ler as dezenas de mensagens que me enviam e ouvir os alertas SMS dos telemóveis dos outros. Nada como passar uma consoada a tentar perceber como funciona o dicionário do Nokia ou do Siemens. A grande vantagem é, claro, a rapidez com que se comunica como um grande número de pessoas. É bonito. Depois há também os inconvenientes: corar porque decidi não enviar para o Felismino e o Felismino deseja as boas festas numa mensagem muito simpática, enviar 1863 mensagens e rebentar com o saldo, receber mensagens com bonequinhos de telemóveis de marcas incompatíveis que chegam num monte de riscos e pontos incompreensíveis, receber mensagens de Natal de números que não reconheço, e que, mesmo assinadas, nada me dizem. Etc.

Mesmo assim, acho que os telemóveis vieram pôr em contacto pessoas que de outra forma nunca o fariam. Acredito na força do SMS, apesar de saber que para o ano vou na mesma comprar os obsoletos cartões de papel.

Dentro de uma semana está tudo a desejar Feliz Ano Novo. Por SMS.

Felizes andam as Festas das operadoras.

Me, Myself and Big Bad Wolf

Posted by Hello

Thursday, December 23, 2004

Aula de amizade

Uma das lições mais bonitas que podemos aprender é a lição de amizade. Ando a aprendê-la desde o dia, há muitos anos, em que descobri que era possível ter uma melhor amiga. Não só possível como muito bom, muito divertido, muito reconfortante. A partir desse dia, só sei olhar para a amizade como uma coisa sagrada, intemporal, incondicional. Em que não é concebível guardar rancores, adiar desentendimentos, cobrar comportamentos, decisões ou escolhas. A amizade não é um receptáculo de favores, desabafos, descrições. Não serve o eu. Serve o nós. O que há entre o nós é a única coisa importante, porque sem esse núcleo tudo o resto - a minha vida, a tua vida -, não teria onde se sustentar. É preciso regar esse núcleo. Sim, é preciso fazer um esforço. É preciso conversar sobre as coisas. É preciso não insultar, não ofender, não reagir a quente. E é muito preciso rir, dizer coisas parvas e rir de novo, viver o momento, não olhar o relógio, viajar, ouvir, falar, olhar, chorar. Mais do que tudo, é preciso estar.

Uns anos depois, muitos anos depois, de duas passámos a ser três. Pocahontas, Cinderela e Capuchinho Vermelho. O esforço, agora, é capaz de ser maior. Mas as recompensas são muito mais. E são insubstituíveis.

Tuesday, December 21, 2004

Ai Aramis, Aramis

A minha pancada de infância não era o Tom Saywer, mas sim os Três Mosqueteiros.

Devorava todos os desenhos animados que tivessem os ditos três, que na verdade são quatro. (Confissão: se num domingo à tarde der mais um filme mau sobre esse assunto eu perco a vontade própria e fico a ver).

Bom, para ser sincera, só me lembro mesmo de dois desenhos animados: esse grande clássico inultrapassável chamado D'Artacão e os Três Moscãoteiros, e um outro cujo nome me falha, mas que devia ser japonês de certeza, dado o tamanho dos olhos dos bonecos.

Foi a ver um dos episódios dessa nova versão que vi algo que me traumatizou para o resto da vida.

Mais do que o episódio da menstruação da Bea no Verão Azul?, perguntam vocês.

Muito mais, respondo eu.

É que eles - eles, os japoneses - transformaram Aramis - Aramis, o meu preferido, e o de todas as meninas - numa mulher.

Numa mulher. Que se mascarava de homem e foi descoberta quando tomava banho.

Ora toda a gente sabe que Aramis não é nem nunca foi uma mulher. Athos era o líder, Porthos o gordo forte e divertido, e Aramis, o sensível, o sedutor. Até podia ser o mais religioso, mas daí a ser uma mulher... não é preciso exagerar.

Foi totalmente desnecessário, senhores japoneses.

O passeio do meu postal de Natal

Enviei um postal de Natal sem morada. Esqueci-me. E lá foi ele, sem destinatário, passear. Da caixa de correio para a carrinha dos CTT, da carrinha para o centro de distribuição. Ligo para o centro de distribuição. Ligue daqui a vinte minutos, menina, que as cartas estão a chegar. Liguei. Eram quase seis horas. Ninguém atende. São seis horas. Ninguém atende. Os correios fecham às seis, mesmo que seja Natal.

O postal foi-me devolvido. Do centro de distribuição para a estação de correios mais próxima, da estação de correios mais próxima para o saco do carteiro, do saco do carteiro para a minha caixa de correio.

Belo passeio, hein?

Sunday, December 19, 2004

Inauguração

Capuchinho Vermelho orgulha-se de apresentar

Quem Tem Medo do Lobo Mau?

Uma produção sobre não sei bem o quê, não sei bem para quê.