Aula de amizade
Uma das lições mais bonitas que podemos aprender é a lição de amizade. Ando a aprendê-la desde o dia, há muitos anos, em que descobri que era possível ter uma melhor amiga. Não só possível como muito bom, muito divertido, muito reconfortante. A partir desse dia, só sei olhar para a amizade como uma coisa sagrada, intemporal, incondicional. Em que não é concebível guardar rancores, adiar desentendimentos, cobrar comportamentos, decisões ou escolhas. A amizade não é um receptáculo de favores, desabafos, descrições. Não serve o eu. Serve o nós. O que há entre o nós é a única coisa importante, porque sem esse núcleo tudo o resto - a minha vida, a tua vida -, não teria onde se sustentar. É preciso regar esse núcleo. Sim, é preciso fazer um esforço. É preciso conversar sobre as coisas. É preciso não insultar, não ofender, não reagir a quente. E é muito preciso rir, dizer coisas parvas e rir de novo, viver o momento, não olhar o relógio, viajar, ouvir, falar, olhar, chorar. Mais do que tudo, é preciso estar.
Uns anos depois, muitos anos depois, de duas passámos a ser três. Pocahontas, Cinderela e Capuchinho Vermelho. O esforço, agora, é capaz de ser maior. Mas as recompensas são muito mais. E são insubstituíveis.
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