Considerações sobre o blusão de penas Duffy
Para assinalar o meu regresso ao mundo bloguista após ausência forçada decidi debruçar-me sobre o fenómeno mais insólito dos tempos frios que vivemos no início do ano, também ele um regresso: o uso do famoso kispo Duffy, tão em voga nos anos 90, que ficava a matar com as calças Uniform e o ténis Redley.
Ora toda a gente sabe, ou se não sabe devia saber, que um Duffy nunca podia ser um kispo, pois Kispo é mesmo uma marca. É tipo Tupperware, serve para tudo. Peço desculpa pela falha. O Duffy é, afinal de contas, um blusão de penas, a invenção mais inovadora de 1992 (ou ano assim parecido).
No início fiquei atordoada. Confusa. Baralhada. Porque raio é de repente e passados muitos anos passei a ver na rua o dito blusão de penas estilo Michelin com o crachá do patinho em viagem para terras do sul? E porque é que não vi, mas muitos. Dezenas. Com o seu verde e o seu azul tão característico. Com o passar das semanas, pareciam multiplicar-se. Seria revivalismo? Podia ser, mas a maior dos neoduffymaníacos eram homens entre os 25 e os 40 anos, com clara falta de sensibilidade para estas coisas da moda.
Depois pensei, pensei, pensei, e cheguei a uma conclusão. Que é esta, e que dita assim como vai ser dita não faz grande sentido: homem que é homem não tem frio (diz o povo, não digo eu).
Ora não tem frio, não usa casaco quente. O Duffy é um casaco muito quente, mesmo fora de moda. Esteve frio como o caraças. E toca de sacar o Duffy empoeirado do armário. Nem pensar em comprar um casaco novo.
Agora já está calor, mas ontem, como choveu, ainda vi um na rua.
Mas não sei se é uma explicação muito boa. Alguém tem uma melhor?
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