Rain of frogs

Custou-me muito não poder ter visto ontem o concerto da Aimee Mann. Ainda por cima ela só toca duas vezes na Europa, uma em Lisboa, a outra em Londres, cidades onde já vivi este ano e onde não estou agora mas queria estar.

O mundo é pequeno mas nestas alturas parece-me tão grande. Ainda mais quando as saudades apertam (gosto muito da expressão "as saudades apertam". Se a saudade é difícil de exprimir noutras línguas, imagino as dores de cabeca dos tradutores quando chegam a parte do apertar). Julho está a ser o mês mais difícil deste ano. Há muitas dúvidas a não me deixar sorrir, mas, acima de tudo, vocês fazem-me falta. Suspeito que Agosto vá ser um mês particularmente parado por aqui, com Tratado ou não de Lisboa a ser redigido. Invejo o governo português porque todos os ministros andam por cá mas estão quase de partida para a praia.

É que aqui não há Verão, nem varandas onde me possa proteger da chuva imprevisível.

Ontem disseram-me que se lutarmos pelo que queremos, mais cedo ou mais tarde vamos conseguir. Nada que não soubesse já, e dito assim parece uma baboseira de todo o tamanho. Mas soube bem ouvir, e saber que por aqui também há pessoas de quem um dia vou sentir saudades.

You get to a point in your life, and shit is happening, and everything's out of your control, and suddenly, a rain of frogs just makes sense.
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