11 de Setembro

Sei onde estava no 11 de Setembro de 2001, muito melhor do que alguma vez saberei definir onde estou hoje. Estava a trabalhar, no meu primeiro emprego. Era tudo novo, e, naquele dia, foi tudo ainda mais intenso. A noite chegou com muitas perguntas sobre o mundo e com algumas certezas sobre mim. O mundo estava a preparar-se para uma mudança profunda. E eu se calhar até podia ser boa naquilo que queria fazer.

Hoje o meu dia amanheceu nublado e cheio de questões. O que quero/o que não quero. O que vou fazer/o que não vou fazer. Este caminho é o certo/este caminho não é o certo.

Tenho um amigo que é muito talentoso em coisas que nós só podemos sonhar em saber fazer que me dizia que sentia que não tinha jeito para nada. Sabia algumas coisas, mas não sabia muito sobre nada dessas coisas. Ele sabe muito mais do que eu alguma vez saberei, mas nunca como agora o compreendi tão bem.

Há cinco anos estava tudo a acontecer, mesmo em frente aos nossos olhos, em directo na televisão. Estava tudo a acontecer no presente. Mesmo que o presente pareça estar a escapar-me, sei que cada vez mais é preciso questionar, seja o mundo, sejamos nós mesmos. Acho que só assim nos livramos da frustração de nos sentirmos estagnados. A indefinição que isso provoca é angustiante, mas já aprendi que mais cedo ou mais tarde vai valer a pena.